Paris por Joe - Parte II

Paris por Joe - 2º dia de viagem

2º Dia na Cidade- Luz

                               
Já é dia em Paris, hora de acordar, tomar um belo petit déjeuner  (café da manhã), não esquecendo os croissant, e os fromages... então, “bonjour”, e allons-y!
Começo o nosso segundo dia dizendo que Paris, assim como Roma, é um verdadeiro museu a céu aberto, onde você vai ou passa há algo para nos impressionar,há algo histórico, seja nas ruas, praças, igrejas,rios, parques ou edifícios, do nada algo surge para nos ensinar e nos contar um pouco de sua história.
Hoje iremos conhecer três museus, o maior e mais imponente – o Louvre; o Museu D´orsay e o Museu L´orangerie e, também outros pontos que não podem passar despercebido em sua primeira viagem.

Museu do Louvre


No inicio da década de 1980, o presidente da Quinta República François Mitterrand lançou planos para um Grand Louvre, envolvendo a construção no pátio principal da pirâmide de vidro e aço, cujo projeto ficou a cargo do arquiteto sino-americano Ieoh Ming Pei, que serviria de entrada pública ao museu ampliado. Mas houve grande manifestação popular contra a suposta profanação do patrimônio histórico, principalmente àqueles que seguem firme na defesa da vieux paris
O Louvre sempre significou exibição de poder – mas sua forma tem sido mais camaleônica do que em geral se imagina.
A partir do fim da Idade Média, essa característica de versatilidade encontrou reconhecimento numa das pretensas etimologias do Louvre: o nome, afirmava-se, seria uma corruptela de l´oeuvre – obra, local de construção – e indicaria que o palácio estava sempre em processo de transformação e na verdade nunca seria concluído. Outras hipóteses quanto ao nome do local (algumas igualmente fantasiosas) incluíam derivações do celta levrez, leprosário, sugerindo a existência no local (não-confirmada) de um hospital para leprosos; o latim rubrum (vermelho, por associação, lubrum), evocando a cor dos ladrilhos supostamente fabricados nas olarias (tuileries) adjacentes; o latim luparia, local dos lobos; o franco lure, ficar alerta; e o anglo-saxão leouar, castelo.
Talvez os dois últimos significados sejam os mais plausíveis, levando em conta a forma inicial dada ao prédio por Filipe Augusto: enorme torre feudal, integrante das novas defesas da cidade.
Oito séculos de história:
Com efeito, foi em 1190 que Filipe Augusto mandou construir um castelo dominado por uma torre de menagem de trinta metros de altura. No reinado de Carlos V, a vocação defensiva da fortaleza é minorada pela construção da nova cintura de muralhas de Paris. O Louvre transforma-se numa autêntica residência real, cujo fausto apenas conhecemos pelas pinturas e miniaturas. O palácio passa a ser assim o lugar onde a continuidade monárquica se firma da forma mais ostensiva.
A partir do reinado de Francisco I, os últimos Valois e mais tarde os Bourbons remodelam progressivamente o palácio, através de demolições, reconstruções e ampliações. A edificação do Palácio das Tulherias, entre 1564 e 1572, inicia um movimento irresistível do Louvre para leste, cujo símbolo é a Grande Galeria.
As grandes obras de Luiz XIV, a duplicação da Cour Carré e da colunata anunciam uma nova era.  Em 1678, a mudança da corte para Versalhes deixa o palácio entregue às academias, em particular a de Pintura e Escultura.  A organização de um salão em 1699 pode ser considerada como a primeira exposição de arte no Louvre.
Muitos são os fatos e curiosidades que pairam sobre o Louvre, como as peças provenientes das coleções reais e das confiscações revolucionárias que são rapidamente enriquecidas com os troféus de guerra das tropas da Revolução: a Itália, a Alemanha e a Holanda tem de pagar o seu tributo ao vencedor, dando início a uma extraordinária migração de obras em direção ao novo “museu Napoleão”.  A derrota do Imperador e as restituições subseqüentes marcam o fim deste museu universal.  Contudo, durante todo o século XIX, por vontade dos governos sucessivos, o Louvre estende o seu raio de aquisições a todas as culturas, motivando assim a abertura do departamento egípcio em 1827, do museu assírio em 1847, seguida dos museus mexicano, argelino e etnológico em 1850.  Sob o reinado de Carlos X, o Louvre abrigou ainda o museu da Marinha.
Sucessivamente, veio Napoleão III, que lançou obras para extensão do Louvre, criando os pátios interiores (cours).
Em 1981 o presidente Mitterand decide dedicar todo o espaço do palácio ao museu, retirando de uma vez por todas o Ministério das Finanças, instalado na ala norte, que cedeu lugar as coleções de pinturas orientais.
Como já dito anteriormente, o Louvre, assim como Paris, tem em sua essência a reinvenção, com efeito – em 1989 com a construção da famosa Pirâmide de Vidro, no centro da Cour Napoléon, a pirâmide constitui a chave mestra da sua intervenção.  Dá acesso a todos os espaços do museu e reagrupa todos os serviços ao público.  Longe de ser uma conclusão, a abertura da ala Richelieu em 1993 acarreta novas transformações cujo ponto vital foi a abertura, em 2010, das novas salas de Artes do Islão.
Aí está, um pouco, mas muito pouco de sua história, um museu que já fora residência real, torre de defesa, parcialmente destruído, esquecido (quando artistas de ruas e mendigos ocupavam suas alas) até torna-se um dos maiores e mais belo museu do mundo.
Chegaremos ao Louvre pela manhã, com disposição para passarmos 3 ou 4 horas, onde veremos pouquíssima coisa, pois se passássemos um mês inteiro dentro do museu, ainda assim não o veríamos em sua totalidade.  Mas essa pouca coisa na verdade torna-se enorme quando nos depararmos com a vedete do Louvre: a Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci, a Vênus de Milo, a Vitória de Samotracia, as Antiguidades Orientais (código de Hamurabi, Touros Androcéfalos Alados, o Intendente Ebih-Il), as Antiguidades Egípcias (Grande Esfinge, o Escriba Sentado, o Rei Amenófis e os Sarcófagos), os Escravos de Michelangelo, a Psique reanimada pelo beijo de amor, e as pinturas, como: Luiz XIV de Rigaud, Francisco I de France, de Jean Clouet, o Rapto das Sabinas de Nicolas Poussin, e na minha singela opinião, um dos concorrentes da Mona Lisa  – A Coroação de Napoleão Bonaparte de David (1806-1807).
O Louvre é isso e muito mais, mas é chegada a hora de deixarmos o museu e respirar o ar livre dos Jardins de Tuileries.


  
Pois é, é esse o caminho que iremos atravessar ao sair do Louvre, bonito não?!  Aí eu tenho duas sugestões para almoço, pois quando estivermos saindo do Louvre já é hora do “Déjeuner”, um dos melhores momentos em Paris, almoçar!  Se não quiserem ou acharem que é perda de tempo parar em um restaurant, e se deliciar com um Magret de canard au riz de Orange... hummmmm e um verre à vin rouge, ou ainda um cassoulet de toulose, ou (o melhor), agneau au vin (cordeiro ao vinho), a minha dica de restaurante nos jardins com uma vista encantadora para o Louvre, é o Le Saut Du Loup que fica no museu de artes decorativas,
107, rue de Rivoli, vejam o cenário.
                      
Este é o restaurante, com serviço no próprio jardim.
De entrée peça Foie gras de canard, chutney et pains variés, como prato principal indico souris de d´agneau, citrons confits et petits legumes, e para o grand final, como dessert tiramisu glacê, creme de moka à notre façon, sem jamais esquecer do vinho, e lembrar sempre que quando pedir, o pedido é contínuo, terá que pedir de uma só vez, a entrada,prato principal e sobremesa.
Mas para aqueles que preferem não se deleitarem com esse pequeno banquete, há no próprio jardim quiosques que servem excelentes iguarias francesas, como o croque monsieur, croque madame, a tradicional baguete, com ou sem recheio que pode ser muito bem acompanhado de uma bière(cerveja), uma taça de vinho, ou mesmo uma coca-cola.
Depois de toda essa gourmandises, é hora de voltarmos a outro roteiro, não mais o gastronômico, o cultural.  Ao sair do Jardim de Tuileries indo em direção a Place de La Concorde, ainda dentro do jardim, do seu lado esquerdo, encontra-se o Museu de L´orangerie, esse é um pequeno museu pouco conhecido do grande público mais com um acervo de fazer inveja a muitos grandes museus, porque?!  Porque é nesse museu que se encontra as Nymphéas de Monet, uma série de quadros enormes que circundam toda a sala, além de obras de Modgliani, Picasso, Lautrec, Paul Cézane dentre outros. É uma visita rápida, mas sem deixar de comtemplar a grande obra de Monet.
Saindo do Jardim de Tuilerie, atravesse a Ponte de La Concorde (na lateral do museu), e saia do lado esquerdo seguindo o quai Anatole France até entrar a direita na Rue de la Légion d´Honneur, aí está o D´orsay.

MUSEU  D´ORSAY

Há quem diga, e não são poucos, que o mais belo museu de Paris é o d´orsay, aqui concordo em parte, na parte que faz referência a beleza em si do edifício concordo, mas em termos de acervo não, continuo com o Louvre; mas estar em Paris e não ir ao d´orsay é quase imperdoável, o museu abriga coleções que provém essencialmente de três locais: o Louvre, as obras de artistas nascidos a partir de 1820, ou que tenham emergido no mundo da arte com a segunda república, do museu do Jeu De Paume, as obras impressionistas desde 1947; e do museu de arte moderna de Paris, as obras mais recentes.  Essas coleções abrangem desde a Pintura, a Escultura, a fotografia entre outras.
No local que hoje está situado o museu d´orsay, era originalmente uma estação ferroviária, Gare de Orsay, construída para o chemin de fer de Paris à Orléans, no local onde se erguera até 1871 um antigo palácio administrativo, o Palais D´orsay.  Foi inaugurado em 1898, a tempo da Exposição Universal de 1900.  O projeto foi do arquiteto Victour Laloux.
Em 1961, La Société Nationale dês Chamins de Fer Français (SNCF) – Sociedade Nacional de Caminhos de Ferro Françês, decidiu vender a estação de Orsay, obsoleta já havia algum tempo.  O visitante que hoje entra no museu, na nave central, não pode imaginar que em 1939 este grandioso espaço, que abriga hoje, quadros, esculturas e fotografias, foi cenário de grande tráfico ferroviário.
A estação foi fechada a 1 de janeiro de 1973, e somente em 1977 o governo françês decidiu transformar o espaço num museu.  Foi inaugurado pelo então presidente François Mitterand no dia 1 de dezembro de 1986.  Os arquitetos Renaud Bardon, Pierre Coboc e Jean Paul Philippon foram os responsáveis pela adaptação da estação.
O que me encanta nesse museu, é a forma que estão dispostas as obras, em grandes corredores, fáceis de serem percorridos e, ao contrário do Louvre da pra ver muita, mas muita coisa, diria até que dá pra conhecer todas as grandes obras ali expostas.
Na ala dos pintores estão: Vincent Van Gogh (um grande acervo), Hector Guimard, Edgar Degas, Claude Monet, Eugène Boudin, Paul Cézanne, Antoni Gaudí, Paul Gauguin, Manet, Henri Matisse, Camille Pissarro, Pierre Auguste Renoir, Félix Nadar, Auguste Rodin, Henri de Toulouse-Lautrec, e tantos outros.
Já na ala dos escultores: Camille Claudel, Auguste Rodin, François Rude, Jules Cavelier, Honoré Daumier e outros não menos renomados. Que acervo heim?!
A bientôt D´orsay.
Bom, chega de museus por hoje, agora é hora de sentarmos em um café, não é qualquer café, é o Le Deux Magots, falo já dele, aí vamos ver as pessoas a passar e junto com elas a vida, acho que não tem nada melhor em Paris do que sentar num café e saborear os Piétons de lá para cá cada qual com suas vidas e, nós, simplesmente a contemplar cada cenário da vie parisienne.
Aqui no café falaremos muito sobre a Mona Lisa, Vênus de Milo, Auto-Retrato de Van Gogh, Esculturas de Rodin e sua eterna amante Camille Claudel, das nymphéas  de Monet, ou seja, voltaremos com história suficiente para contar para nossos filhos, netos e quiçá, nossos bisnetos.

LES DEUX MAGOTS

O café até hoje é famoso por ser ponto de encontro da elite literária e intelectual de Paris.  Esta fama vem dos artistas surrealistas e jovens escritores que freqüentavam o café nas décadas de 1920 e 1930, entre eles Ernest Hemingway, e dos filósofos existencialistas, Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre e, autores nos anos 1950.
Hoje a clientela é formada ainda por intelectuais e pessoas que esperam encontrar ali gente famosa, e pode ter certeza que sempre encontra.  O nome do café vem das duas estátuas de madeira de comerciantes chineses (magots) que enfeitam um dos pilares.  Ao lado encontra-se o não menos famoso Café de Flore, e do outro lado do boulevard a lendária Brasserie Lipp, inaugurada no século 19, e na frente do café a igreja mais antiga de Paris – a Église de Saint-Germain-Des-Prés; ótima vizinhança tem o Les Deux Magots, não?!
A segunda noite na Cidade-Luz.  Já voltamos ao hotel, tomamos uma ducha, agora é hora do Dîner (jantar).  Bom, como estamos em Paris pela primeira vez, sugiro que sigamos ao pé da letra o que diz o ditado – “A primeira vez a gente nunca esquece”, o que para Paris não vale muito essa máxima, porque tenha certeza, a segunda, a terceira, a quarta... não se esquece.  Então já que jantamos no lendário Le Procope, um dos mais antigos restaurantes parisiense, e o mais antigo café, então porque não jantarmos hoje no que é considerado o mais antigo restaurante da cidade?


GRAND VÉFOUR

O Véfour permanece em destaque na alta cozinha de Paris, é considerado a meca da gastronomia francesa. Inaugurado no século XVIII no Palácio Real, pelo empresário Jean Véfour que comprou à época um dos eminentes cafés políticos do Palais-Royal, o Café dês Chartres, refúgio de facções monarquistas e da jeunesse dorée pós-termidoriana.
A história do surgimento dos restaurantes se confunde com a do Grand Véfour.  *Ainda durante o Ancien Régime, em 1765, um comerciante de Paris chamado Boulanger abriu o primeiro restaurante, tendo sobre a porta do estabelecimento uma placa com uma frase retirada do Evangelho de São Mateus: “Vinde todos a mim, vós cujos estômagos gritam de miséria, e eu os restaurarei”.  Mal sabia ele que a sua iniciativa pioneira, direcionada aos mais pobres, seria copiada por muitos outros que não mais se proporiam a aplacar a fome dos menos abastados, oferecendo bouillons restaurants (caldos restauradores), mas também a regalar o paladar dos mais ricos. (Grand Véfour – 17, rue de Beaujolais – Palais-Royal.)

*Os franceses – Ricardo Corrêa Coelho.

Então a todos um bon appétit e bonne nuit, nos veremos no terceiro dia.
Joe.


Comentários

  1. Lara Silva27/1/11 3:21 PM

    Parabéns meu amor, arrasou novamente. Beijos

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  2. Claro que nao podia faltar o Les Deux Magots! rs. Otimo post.

    Abs.

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  3. Aline Candeia27/1/11 8:54 PM

    Que tentação,Joe! Continue postando a sua viagem que aqui continuaremos traçando o nosso roteiro.
    Beijos!
    Aline Candeia

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  4. Incríveis os posts do Joe!! Quanta riqueza nos detalhes...a gente se transporta pra Paris na hora!!!!só aumenta a vontade de irr logo!rs Bjs

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  5. Parabéns, amigo, por compartilhar seus conhecimentos com todos que também querem se maravilhar com Paris!Seu amor pela cidade luz é contagiante! E para fazer inveja aos leitores, não posso deixar de registrar que conhecer Paris ao seu lado e de Lara tornou nossa viagem mais inesquecível ainda, um luxo! Bjs, Flávia Camilla

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  6. Excelente! Estivemos em Paris uma única vez, mas agora depois desse texto encorajador, no qual vemos Paris com olhos de parisienses, com certeza vamos programar uma volta. Parabéns novamente.
    Ricardo.

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  7. Oi pessoal,

    bom dia, eu queria ajudar também pra gente que ta planejando viagem para França e nomeadamente Paris. Vôce pode dar uma olhada no blog “Secret Paris” - http://secret-paris.blogspot.com/ si quere discubrir os lugares escondidos do capital francês. Quando eu foi encontrei algunos locais romanticos, um pouco sofisticados… o que mais gostei da minha viagem em Paris, pode ser uma boa sugestão. Aproveite! Beijos
    Aurélie

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  8. Acompanhar esses posts é igual a final de novela das 8hs, é sempre emocionante, Joe, espero anciosa pelo terceiro dia, escreva logo vai!

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