Veneza, uma visão geral

Por Gustavo Bonelli

Acho que Veneza é uma daquelas cidades que você ama ou odeia. Confesso que não é uma das mais fáceis de se visitar. A ausência de carros, as inundações em certas épocas do ano e os preços um pouco salgados podem ser motivos para tirar o bom humor de alguns. Mas a verdade é que são justamente essas particularidades que fazem de Veneza… bem, Veneza.

Antes de mais nada, é preciso esclarecer uma coisa para quem nunca foi e não tem qualquer informação: Veneza é uma comuna (município) que inclui a cidade de Veneza e se estende por um arquipélago localizado na laguna de Veneza, incluindo a ilha de Murano dos famosos cristais. Veneza Mestre é a parte continental da cidade e uma opção para muitos que querem economizar, mas definitivamente com muito menos charme. Além disso, se for passar poucos dias, não pense duas vezes: faça uma força e fique na ilha para não perder tempo com deslocamentos diários.

É dividida em seis bairros ou sestieri: Cannaregio, San Polo, Dorsoduro (que inclui a ilha Giudecca), Santa Croce, San Marco e Castello. As contruções de Veneza são erguidas sobre estacas de madeira que são fincadas no solo composto de areia, lodo e argila. Na ausência de oxigênio e em contato com os minerais da água, a madeira não se decompõe, ao contrário, se petrifica e serve de pilar para as edificações 

A chegada na cidade já é em si marcante. Após uma viagem de trem saindo de Florença, descemos na estação Santa Lucia, que fica localizada em Veneza mesmo, não em Mestre. Quando comprar uma passagem de trem preste atenção pois a estação da ilha é essa: Venezia S.L. Ao sair dela tivemos a primeira visão da “avenida” que corta a cidade, o Canal Grande e começamos a nos familiarizar com os vaporettos, que fazem o transporte das pessoas pelo canal principal.
A partir daí, é com você. Carregue sua mala (e a da sua esposa se for o caso) até o vaporetto e desça na estação mais próxima do seu hotel. Comece então sua caminhada passando por pontes sobre canais diversos (e se der sorte não haverá mais sinais de inundação (na época em que acontece, geralmente o fenômeno se dá pela manhã).

Chegando ao hotel, provavelmente a primeira impressão não será boa. Veneza é patrimônio histórico da humanidade e qualquer reforma na fachada de um imóvel deve seguir um criterioso e caro levantamento das características originais da construção. Por isso, muitos não são reformados e não tem uma cara muito convidativa. Se tiver sido bem escolhido, você terá uma grata surpresa ao abrir a porta. Os bons hotéis são totalmente reformados por dentro e não deixam nada a desejar, como já falamos aqui.

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